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Condromalácia Patelar – Síndrome da dor Patelofemoral

Ocorre quando há danos na cartilagem que reveste a articulação femoropatelar. Sua incidência na população é muito alta, aumentando conforme a faixa etária.

A cartilagem nas articulações tem a função básica de diminuir o atrito entre duas superfícies ósseas (face interna da patela e tróclea do côndilo femoral) quando estas executam qualquer tipo de movimento, funcionando como mecanismo de absorção, um amortecedor. Quando esta cartilagem é lesada, machucada.

Sabe-se que a cartilagem articular é um tecido avascular, sim não passa sangue, é hiper hidratada (conteúdo de água variando de 66 a 80%), formada por colágeno tipo II. Como não passa sangue, é uma estrutura que na condromalácia ocorrem alterações morfológicas, a cartilagem articular perde sua natureza homogênea e é rompida e fragmentada, com fibrilação, fissuras e ulcerações e existem 4 graus de lesão:

  • Grau I: Edema e amolecimento da cartilagem;
  • Grau II: Lesão superficial, envolvendo menos de 50% da espessura da cartilagem;
  • Grau III: Lesão profunda, com mais de 50% da espessura da cartilagem;
  • Grau IV: Lesão de espessura total, com exposição do osso subcondral.

A dor aparece, normalmente, nos graus III e IV, por isso é importante estar atento ao menor desconforto.

A condromalácia é a causa mais comum de dor na frente do joelho, mas erroneamente muitos atribuem qualquer dor na parte da frente do joelho à condromalácia. Outros problemas que também podem causar esta mesma dor são: tendinite do quadríceps, tendinite patelar e inflamação na gordura de Hoffa, mas estas são tratadas de forma completamente diferente.

A condromalácia pode acometer desde atletas profissionais até pessoas completamente sedentárias.

Sintomas

A principal queixa é a dor na parte da frente do joelho. Pode apresentar crepitação, ou rangido, com a sensação de que tem areia dentro do joelho. A dor costuma piorar nas seguintes situações:

  • Ao subir ou descer escadas e geralmente, é pior para descer do que para subir;
  • Durante o agachamento – hiperflexão do joelho;
  • Após longos períodos em posição sentada, normalmente alivia ao se levantar e esticar o joelho ;
  • Durante a prática de atividades esportivas que gera impacto, como corrida ou futebol;
  • Com o uso prolongado de calçados de salto alto.

O tratamento é com repouso, analgésicos e Fisioterapia. Raramente é necessário cirurgia.

No tratamento com Fisioterapia, há necessidade de uma avaliação minuciosa para saber a causa deste desgaste articular. Uma das avaliações é do Ângulo Q, pois ele é determinante para o funcionamento ideal da articulação do joelho.

ângulo Q (quadríceps) é uma medida de alinhamento patelar global, trata-se do ângulo entre uma linha que se estende da espinha ilíaca anterossuperior até o centro da patela e uma que se estende do centro da patela até o centro da tuberosidade tibial.

Este ângulo tende a ser aumentado nas mulheres, que costumam ter um quadril mais largo, e em pessoas com o alinhamento do joelho em valgo.

Quanto maior o ângulo Q, maiores as forças de lateralização da patela, que aumentam a pressão retro patelar entre a faceta lateral da patela e o côndilo femoral lateral.

Problemas biomecânicos 

O funcionamento da patela depende de um perfeito alinhamento do membro inferior e nisto está incluso o quadril, pé e tornozelo, e não apenas quando o paciente está parado, mas também durante os movimentos. Portanto estamos falando do alinhamento dinâmico também.

Importante ficar atento se o paciente apresenta:

  • Genu varo (joelho em valgo);
  • Pé pronado ou supinado;
  • Fraqueza do m. glúteo médio e rotadores externos do quadril, favorecendo uma adução com rotação interna da articulação coxo femoral;
  • Instabilidade patelar (luxa ou sub-luxa);
  • Desequilíbrio muscular no músculo quadríceps, principalmente entre os vastos medial e lateral ;
  • Encurtamento importante dos músculos isquiotibiais, quadríceps, panturrilha e trato iliotibial;
  • Patela alta ou baixa;
  • O aumento de peso potencializa todos estes problemas.

  • Desalinhamento do membro inferior;
  • Fazer o diagnóstico diferencial, pois na tendinite patelar ou na hoffite, o paciente apresenta dor na região anterior do joelho também.

Tratamento

Primeiramente aliviar as dores com medidas analgésicas como gelo, algumas técnicas de fisioterapia como a eletro, termo e fototerapia e em alguns casos interromper a atividade física quando apresenta dor durante a execução, inclusive evitar posições que causem dor, sentado com os joelhos muito dobrados, por exemplo.

O tratamento deve ser individualizado, pois existem vários fatores que podem ser responsáveis pelo quadro de dor femoropatelar, como já foi citado acima.  

Logo após o controle da dor, já inicia o trabalho de fortalecimento, alongamento, liberações fasciais, ganho de mobilidade das estruturas. Este conjunto de ações voltado para os grupos musculares que na avaliação foram detectados como causa do problema, que pode ser em uma ou várias regiões: quadril, joelho, tornozelo e pé

O final do tratamento se concentra na correção dos movimentos e do gesto esportivo, se for o caso de um atleta. A reeducação postural e do movimento é de fundamental importância para a resolução da síndrome.

Em alguns casos há a necessidade de uso de palmilhas, mas isso deve ser muito bem avaliado.

 

Respostas de 2

  1. Excelente informação! Sou do Maranhã e adoro seu Instagram e as dicas que posta sempr, amei saber que tem mais conteúdo no site. Parabéns.

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